Num dia frio de Inverno, como o que hoje, os ânimos podem aquecer, com facilidade, quando se toca esta sinfonia de palavras. Não só no ponto de vista da educação escolar das crianças, mas também ao nível da formação de adultos. Hoje, vamos focar-nos nos adultos.
Andragogia. Temos de começar esta conversa por aqui. Este termo deriva do grego andros (adulto) e gogos (educar) e trata-se do ato de educar adultos, na sua aprendizagem, mais especializada, com ferramentas e recursos adequados às suas necessidades. A andragogia é uma vertente da ciência da educação, que se popularizou no século XX – na década de 70, com Malcolm Knowles – enfatizando que o ensino deve ser fundamentado no autoconhecimento e na motivação.
Parece óbvio? Sim. No entanto, todos nós – que pisamos os palcos organizacionais, conhecemos pessoas (formadores) que são excelentes a debitar conteúdo e a “deixar a cassete rolar”. Parece que tratam os participantes como crianças… Meros personagens e não protagonistas nas jornadas de aprendizagem!
Gosto da ideia da formação enquanto aventura, um mundo de possibilidades, repleta de desafios e de estímulos intelectuais, uma epopeia na qual os participantes são os heróis. E os formadores? Que possam assumir o papel de mentores (facilitadores) e não o dos vilões.
Mais analógicas ou mais digitais, existem ferramentas para todos os gostos e contextos. Dos LEGO’s às aplicações colaborativas em tempo real, às vezes o difícil é escolher entre tantas alternativas possíveis. Mas o que não pode falhar é o know-how humano, o domínio das ferramentas, a capacidade de adequação a diferentes audiências (umas mais “operacionais”, outras mais “executivas”/C-level) e a sensibilidade e bom-senso deste facilitador, até para fazer eventuais desvios face ao que inicialmente tinha programado. Chamo-lhe facilitador, com intenção, no sentido de profissionalizar a palavra, tão levianamente tratada, por vezes (não, não somos todos “facilitadores” na verdadeira aceção da palavra, mas podemos estudar para isso).
Inspirada pelos princípios da International Association of Facilitators (IAF), apresento-vos este profissional, de “carne e osso”, com a missão de formar profissionais mais responsáveis e mais proativos nas suas próprias missões organizacionais. O seu trabalho passa por criar relações de parceria com o cliente (definem objetivos e resultados a alcançar); organizar processos de trabalho (de acordo com os targets, timings e espaços disponíveis); criar e sustentar um ambiente participativo, fomentando a co-criação, a criatividade e a colaboração, através do respeito pela diversidade e diferença; orientar o grupo para resultados úteis e adequados, de forma isenta e recorrendo a uma variedade de métodos adequados às circunstâncias; atualizar e manter o seu conhecimento profissional – é também ele um eterno aprendiz; modelar uma atitude profissional positiva – age com neutralidade e integridade. É um trabalho exigente e que merece ser profissionalizado.
É tempo de se facilitar a educação e a formação! De propósito.