Em um país onde a evasão escolar custa 214 bilhões de reais ao ano [Insper: 2020], a correção de fluxo e aceleração de aprendizagem estão entre as principais urgências para atuação de líderes e representantes públicos do campo da Educação no Brasil. Dados recentes de um levantamento do Observatório Nacional da Indústria revelam ainda que a economia criativa irá criar mais de um milhão de empregos até 2030, movimentando cerca de 2.6% do produto interno bruto brasileiro.  Atualmente, o setor emprega cerca de 8.4 milhões de brasileiros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua 2022). Nesse sentido, a produção de conhecimento e a articulação de parcerias, que envolvem diferentes setores da sociedade, são estruturantes para as estratégias de sucesso de instituições comprometidas com o investimento social privado nesta jornada.

A Fundação Roberto Marinho é uma organização brasileira sem fins lucrativos criada em 1977 pelo empresário Roberto Marinho, fundador da Rede Globo, atualmente, o maior grupo de mídia do país. Há 46 anos, a fundação desenvolve programas educacionais e projetos de comunicação, educação e cultura, com o compromisso de apoiar ativamente a educação como vetor de transformação do Brasil, a partir da inclusão educacional e produtiva das juventudes, sobretudo, daquelas que estão fora da escola.

Um dos principais destaques da instituição é a oferta de solução para educação de jovens e adultos(EJA), conhecida como Telecurso, que atendeu diretamente 1.7 milhão de jovens brasileiros e, indiretamente, impactou mais de 6 milhões de pessos com a conclusão do ciclo de educação básica. A Unidade Escolar da Fundação Roberto Marinho oferece educação no modelo EJA (Ensino Fundamental – anos finais e Ensino Médio), para jovens e adultos, utilizando o Telecurso com a metodologia Telessala: Incluir para transformar, viabilizando práticas pedagógicas onde os estudantes são protagonistas de seu aprendizado a partir de suas necessidades reais no contexto social. A escola matriculou 2.400 estudantes no período de 2011 a 2022, distribuídos em mais de 74 turmas em classes descentralizadas para residentes em comunidades do estado do Rio de Janeiro.

Outra iniciativa é a comunicação e mobilização para causas e o enfrentamento às desigualdades. O Canal Futura é uma arena pública colaborativa, participativa e inclusiva, que produz e mobiliza com a sociedade e parceiros estratégicos para agendas prioritárias. O Futura é uma experiência pioneira de comunicação para mobilização social com mais de 25 anos de história. A grade de programação do Canal Futura é desenvolvida a partir da diversidade de olhares sobre temas contemporâneos. As faixas são organizadas em diferentes segmentos que conectam um amplo repertório cultural com formatos audiovisuais ágeis e dinâmicos, que permitem fácil absorção em debates e contextos educacionais. O Futura está presente nas principais operadoras de TV por assinatura no Brasil e ainda em uma rede de TVs universitárias parceiras com sinal disponível em TV aberta e parabólicas digitais, com alcance de mais de 37.3 milhões de pessoas com 16 anos ao mais, e 6.5 milhões de crianças e adolescentes. É recomendado pela maioria de educadores e gestores escolares. [Datafolha 2022]. No ambiente digital, o conteúdo do Futura atinge 7 milhões de visualizações no Tiktok, 22 milhões no Youtube e 34 milhões de pessoas no Facebook, [Google insights 2022].

Com uma grande preocupação com a educação para as relações étnico-raciais, (ERER), a Fundação Roberto Marinho desenvolve parcerias para a valorização da cultura negra e da cultura indígena na escola. O projeto A Cor da Cultura oferece conteúdo audiovisual e pedagógico como material de estudo e debate por uma rede de instituições comprometidas em apoiar a implementação das Leis 10.639 e 11.645, em que estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados, insiram em seus currículos e na formação de professores o ensino da histórica e cultura afro-brasileira e indígena. Para reafirmar a finalidade do projeto, que em 2023 completa 20 anos, a Fundação Roberto Marinho realizou um fórum de conteúdo com uma aliança de parceiros pela promoção de uma educação antirracista e um novo conjunto de ações e materiais a serem produzidos para implementação. A Cor da Cultura é uma parceria entre a Petrobras, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), Ministério da Educação, por meio da SECADI, Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, Fundação Roberto Marinho, via Canal Futura, e TV Globo.

A Fundação Roberto Marinho tem ainda entre seus principais objetivos a inclusão produtiva de jovens no mercado de trabalho e o atendimento a jovens fora da escola. Para tanto, a Coliga, uma parceria da FRM com a OEI – Organização dos Estados Ibero-americanos, é uma escola de econômica criativa, que atua como plataforma digital gratuita de aprendizagem, que oferece cursos e certificados gratuitos em diversas áreas do conhecimento. A Economia Criativa no Brasil movimentou cerca de R$217 bilhões em 2020, [Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil 2022 FIRJAN], envolvendo setores importantes como comunicação, arquitetura, cultura, moda, design, games, audiovisual, mídias sociais, entre outros. O funcionamento da Coliga é feito a partir da oferta de editais para jovens, atuação com uma rede com mais de 70 instituições parceiras, 21 laboratórios presenciais em 8 estados da federação e oferta de cursos online. Até junho de 2023, a Coliga havia registrado mais de 40 mil matrículas em sua plataforma coliga.digital, com uma taxa de 53% de matrículas efetivadas certificadas. Jovens com idade entre 14 e 24 anos ainda podem contar com a rede de atuação do projeto Aprendiz Legal, com foco na preparação e a inserção de jovens no mundo do trabalho a partir da oferta de cursos EAD no programa para implementação de parceiros.

No campo da cultura, a atuação da FRM se notabiliza pelo histórico de excelência e trabalho com o patrimônio material e imaterial, tendo recentemente entregue à sociedade um conjunto de museus que receberam mais de 18 milhões de visitantes na última década, dentre eles se destacam o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, o Paço do Frevo em Recife e o Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, este último contou com patrocínio máster da EDP e teve importantes contribuições de escritores e pensadores dos países de língua portuguesa, recebeu apoio de entidades para o intercâmbio de conteúdo como por exemplo a Fundação Calouste Gulbenkian e a CPLP.

A Fundação se prepara para completar 50 anos em 2027, ajustando seu posicionamento estratégico para incluir jovens brasileiros que não conseguiram frequentar a escola ou receber formação profissional. A organização se dedicará a preparar e distribuir serviços educacionais digitais e gratuitos, com o objetivo de impactar diretamente grande parte dos 13 milhões de brasileiros com idade entre 14 e 29 anos nesta condição, contribuindo assim de forma extremamente relevante para o futuro do país.

José Brito, Publicitário, jornalista e mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais com grande experiência na indústria audiovisual, Pay TV e streaming. Pós-graduado em Cinema Documentário, (FGV-Rio) e Gestão Editorial (ESPM-SP). É Gerente de Comunicação da Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura, onde atua no planejamento estratégico de distribuição de mídias educativas. Começou a carreira como repórter do Globo Ecologia. Foi professor da ESPM-Rio. É diretor da JEDUCA, Associação dos Jornalistas de Educação e conselheiro da Agência Lupa, no combate à desinformação.