As empresas e a academia são os principais motores de desenvolvimento das sociedades contemporâneas. Com efeito, são essas entidades que geram emprego, salários, riqueza, inovação, conhecimento

Questionava José Saramago, in “Canarias 7” (1994): “(…) Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta?” E afirmava de seguida: “Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegámos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito.”

Ousaria dizer que não falta tanto assim: falta-nos apenas dar um pequeno passo de gigante: aceitarmos colectivamente produzir conhecimento e riqueza, em rede, com as pessoas e para as pessoas e o seu condomínio global.

Ainda Saramago, in “Revista Universidad de Antioquia” (2001), afirmava que: “(…) Produzimos uma cultura de devastação baseada muitas vezes no engano da superioridade das raças, dos deuses, e sustentada pela desumanidade do poder económico. Sempre me pareceu incrível que uma sociedade tão pragmática como a ocidental tenha deificado coisas abstractas como esse papel chamado dinheiro e uma cadeia de imagens efémeras. Devemos fortalecer, como tantas vezes disse, a tribo da sensibilidade (…)”

O ecossistema de inovação Humanitarian, Human Rights and Reconciliation no seio da BSN tem precisamente essa nobre missão: fortalecer a “tribo da sensibilidade”. Sob risco de se tornar destrutiva e, a prazo, irrelevante para a Humanidade, a produção de riqueza e de conhecimento deve ser feita de acordo com os princípios humanitários, com os ditames dos Direitos Humanos (segundo os quais todos nascemos livres e iguais e assim deveremos permanecer) e orientada para a erradicação de qualquer forma de conflito.

Queremos contribuir para colocar a economia e a ciência ao serviço da Humanidade como um todo. Essa será a verdadeira inovação. Essa economia e essa ciência serão os verdadeiros unicórnios.